Intersecção entre gênero e raça. Encruzilhada onde a discriminação racial é diferente da discriminação de gênero, elementos que determinam um lugar de opressão e subalternidade. Ser mulher e negra significa carregar fatores históricos de exclusão e discriminação em razão do racismo e de discriminação em razão do sexismo, os estereótipos de gênero somados aos estereótipos raciais que estigmatizam este grupo pessoas.
A mulher negra vive sob a égide de um estado estruturado pelo patriarcalismo, herança da colonização portuguesa[1] (Nascimento, 1978) e o sexismo, somados ao racismo a situação se torna dramática – “por causa da sua condição de pobreza, ausência de status social, e total desamparo, continua vítima fácil, vulnerável” (Nascimento, 1978) a todas as formas de violência.
A crise pandêmica veio colocar um holofote no enorme fosso das desigualdades e as precárias condições de vida de quase metade da população brasileira, mas principalmente as iniquidades que assolam a vida de negros e negras. Falar de desigualdades é pensar no lugar historicamente determinado para a população negra, mas principalmente das mulheres negras.
Nesta perspectiva é necessário compreender que“a interseccionalidade reunirá em um único termo aglutinador todas as forças opressivas que limitam a vida das mulheres dos grupos racialmente inferiorizados – e das mulheres negras em especial”.(Racismo Institucional – uma abordagem conceitual, pag. 13).
Referências:
NASCIMENTO, Abdias do – O Genocídio do negro Brasileiro: Processo de um racismo mascarado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978