A pandemia da Covid-19 veio para escancarar e agudizar problemáticas que sempre estiveram presentes em nossa sociedade. Estamos vivendo dias de muita tristeza diante da forma cruel como a população negra, quilombolas, indígenas, e grupos vulneráveis como um todo, estão sendo impactados pela atual crise.

De acordo com dados publicados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, a taxa de ocupação da UTI adulta nas redes estaduais passa de 70%. No Amazonas a taxa era de 92,3%, em Rondônia era de 100%. O Amazonas lidera a taxa de mortalidade, com 210,3. É o maior número de óbitos para cada 100 mil habitantes.

A realidade das pessoas que vivem na região norte do Brasil é de calamidade. Constante são as violações ao direito à vida e saúde. Segundo último boletim epidemiológico produzido pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), 195 quilombolas perderam a vida para a Covid-19 no país, além de 5.119 infectados e 1.465 casos em monitoramento. O número de óbitos e infectados pode ser ainda maior devido à dificuldade de contabilização dos dados visto que não há apoio do poder público para a coleta deles.

São cerca de 20 mortes por mês, conforme a entidade, ainda assim, as comunidades remanescentes de quilombo foram retiradas da primeira fase da vacinação contra Covid-19 pelo Ministério da Saúde. A pasta informou que o grupo está contemplado na campanha nacional de vacinação, mas teve que fazer um replanejamento em função da baixa quantidade de doses, apenas 6 milhões priorizando “pessoas que teriam maior risco de internação e óbito, bem como o quantitativo de vacina disponibilizado inicialmente”.

As informações são do Portal Alma Preta.